No ar, Mel Fronckowiak passa fácil por uma adolescente em fase de descobertas na pele da romântica Carla de "Rebelde".
Mas a atriz, aos 23 anos, mostra uma maturidade e segurança que, de
perto, fazem transparecer todo o trabalho de composição feito para
encarnar a frágil anoréxica e bulímica da novela infantojuvenil da
Record. Falante e risonha, a gaúcha de Pelotas acredita, inclusive, que
esse foi um detalhe fundamental na hora de ser escolhida para
interpretar um dos seis protagonistas da história. "Tenho
facilidade para me comunicar e formação de atriz, além de cantar um
pouco. Acho que o conjunto equilibrado foi um fator determinante na
seleção", opina.
Na
história, Carla sofre com distúrbios alimentares que preocupam a todos
no fictício colégio Elite Way. Para não fazer feio, a atriz mergulhou
numa vasta pesquisa sobre o assunto. Tanto na internet, onde colheu
informações e depoimentos de meninas que sofrem com o problema, quanto
pessoalmente, visitando pacientes em hospitais. Uma busca que parece ter deixado claro o grau da responsabilidade de abordar o assunto com seriedade ao trabalhar para os jovens. "Minha
função é humanizar a personagem, mas não dá para aliviar nesse ponto.
As pessoas que enfrentam uma situação assim precisam se tratar. Bulimia e
anorexia matam e nem todos os adolescentes estão preparados para lidar
com essas doenças de autoestima", avalia.
Para
conquistar o papel, Mel participou de uma bateria de testes como todos
envolvidos no projeto. Mas um curso técnico em interpretação e a
infância cantando e dançando com os pais, que tocam violão, ajudaram na
hora das avaliações. Um conhecimento que foi mais bem trabalhado quando,
depois de eleita para uma das vagas, passou pelo processo de preparação
ao lado dos colegas Chay Suede, Sophia Abrahão, Arthur Aguiar, Lua
Blanco e Micael Borges, que interpretam os inseparáveis Tomaz, Alice,
Diego, Roberta e Pedro no folhetim. "Foi uma verdadeira submersão
de música, dança e interpretação durante quase três meses. Cantávamos,
compartilhávamos a nossa vivência e fazíamos improvisações. Tudo isso
uniu demais o grupo", valoriza.
Interpretar uma menina seis anos mais jovem passou longe de ser uma preocupação para Mel. "Esse é o meu trabalho: pegar uma realidade que não é a minha e me transformar",
justifica. Para isso, a atriz recorreu às lembranças da época de
colégio. Principalmente as que têm mais a ver com a fase que os
personagens de "Rebelde" passam. "Talvez se eu
interpretasse uma mãe, uma mulher mais velha, fosse um pouco mais
complicado. Mas é um período pelo qual eu já passei", explica, sempre transmitindo autoconfiança.
Mel ainda não sabe o que o futuro reserva depois de "Rebelde".
A novela, aliás, devido aos bons índices de audiência, sempre acima dos
dois dígitos, deve ficar no ar até, pelo menos, o primeiro semestre de
2012. Mas a vontade de continuar investindo na televisão é visível no
discurso da jovem. "Não é fácil estar onde a gente deseja. Existe
um caminho muitas vezes curvilíneo. Mas tenho certeza de que vou sair
desse trabalho bem mais preparada do que quando entrei. E que ele vai me
abrir portas muito legais no futuro", torce, com um largo sorriso.
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